Memória em obra: um ensaio sobre Blade Runner 2049

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Sergio Bruno Martins

Resumo

Tomando como ponto de partida a relação entre o tratamento da memória em Blade Runner 2049 e a dupla matriz do realismo na literatura ocidental proposta por Eric Auerbach no primeiro capítulo de seu livro Mimesis, este ensaio busca analisar o sentido político do filme para além dos termos ditados pela lógica da representação. Para tanto, é abordada tanto a relação entre memória e subjetividade que o filme elabora, como também a propriedade de tratá-lo como uma obra de arte, e não como um mero produto cultural. O argumento é desenvolvido com especial atenção para a relação do protagonista K com a paisagem fílmica que o cerca, e também com dispositivos narrativos voltados ou bem para a sustentação de sua identidade, ou então para sua desintegração.

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Artigos
Biografia do Autor

Sergio Bruno Martins, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Professor do departamento de História da PUC-Rio. Possui mestrado e doutorado em história da arte pela University College of London (UCL). Foi editor-convidado do número especial 'Bursting on the scene: Looking Back at Brazilian Art', do periódico Third Text, e é autor do livro 'Constructing an Avant-Garde: Art in Brazil, 1949-1979' (MIT Press, 2013). Tem experiência nas áreas de crítica e história da arte, atuando principalmente nos seguintes temas: arte e vanguarda no Brasil (com ênfase em Hélio Oiticica, Neoconcretismo, Lygia Clark, Cildo Meireles, Antonio Dias, Ferreira Gullar, Mário Pedrosa); participação nas artes visuais; o legado moderno e o problema da autonomia artística na arte contemporânea; relação entre visualidade e escrita nas artes; ideologia do espaço urbano. É vice-líder do Grupo de Pesquisa/CNPq Arte, Autonomia e Política.