Nietzsche em Apipucos
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Este artigo procura contribuir para o estudo da recepção de Friedrich Nietzsche na obra de Gilberto Freyre, especialmente em sua interpretação da cultura e da sociedade brasileiras, a partir do cotejo entre textos de Freyre e os livros de e sobre Nietzsche preservados em sua biblioteca pessoal, mantida pela Fundação Gilberto Freyre, no bairro de Apipucos, em Recife. Compreende o entendimento do conceito de perspectivismo em Nietzsche como um processo de identificação que, por um lado, estimula Freyre a questionar teorias evolucionistas, deterministas e racialistas predominantes, mas, por outro, justifica o uso e o abuso de Nietzsche. Para tanto, considera a intermediação da interpretação de Henry L. Mencken na leitura de Nietzsche por Freyre.
Detalhes do artigo

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Nota de Direitos Autorais
O autor do artigo ou resenha submetido e aprovado para publicação autoriza os editores a reproduzi-lo e publicá-lo na a revista O que nos faz pensar, entendendo-se os termos "reprodução" e "publicação" conforme a licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional. O artigo ou resenha poderá ser acessado tanto pela rede mundial de computadores (WWW – Internet), como pela versão impressa, sendo permitidas, a título gratuito, a consulta e a reprodução do texto para uso próprio de quem a consulta. Essa autorização de publicação não tem limitação de tempo, ficando os editores da revista O que nos faz pensar responsável pela manutenção da identificação do autor do artigo.
Referências
AMARAL, A. Os intelectuais e a constituinte. Diário de Pernambuco, Recife, ano 106, n. 191, p. 1, 23 ago. 1931.
BRINTON, C. Nietzsche. 2. ed. Cambridge: Harvard University Press, 1948.
DEWULF, J. New Man in the Tropics: The Nietzschean Roots of Gilberto Freyre’s Multiracial Identity Concept. Luso-Brazilian Review, v. 51, n. 1, p. 93-111, jun. 2014.
DIAS, G. Nietzsche no Brasil (1922-1945): modernistas e intérpretes do país. São Paulo: Editora Unifesp; Grupo de Estudos Nietzsche, 2023.
FREYRE, G. Casa grande e senzala. Edição crítica, Guillermo Giucci, Enrique Rodríguez Larreta e Edson Nery da Fonseca, coordenadores. Madri; Barcelona; La Habana; Lisboa; Paris, México; Buenos Aires; São Paulo; Lima; Guatemala, São José: ALLCA XX, 2002.
FREYRE, G. Da outra América. Diário de Pernambuco, Recife, ano 97, n. 277, p. 1-2, 23 out. 1921.
FREYRE, G. Gilberto Freyre: “minha frustração é não ter sido governador de Pernambuco”. Entrevista a Lêda Rivas. Diário de Pernambuco, Recife, ano 155, n. 72, seção C, p. 1, 15 mar. 1980.
FREYRE, G. Mencken. Diário de Pernambuco, Recife, ano 99, n. 247, p. 3, 25 out. 1923.
FREYRE, G. Novo mundo nos trópicos. Trad. Olívio Montenegro e Luiz de Miranda Corrêa, revista pelo autor. São Paulo: Editora Nacional e Editora da USP, 1971.
FREYRE, G. Ordem e progresso. São Paulo: Global, 2013.
FREYRE, G. Tempo morto e outros tempos: trechos de um diário de adolescência e primeira mocidade (1915-1930). 2. ed. São Paulo: Global; Recife: Fundação Gilberto Freyre, 2006.
GARCIA, A. L. M. Gilberto Freyre encontra Nietzsche: diálogo crítico e relevância histórica. Estudos Nietzsche, Espírito Santo, v. 7, n. 2, p. 8-28, jul./dez. 2016.
GISEL, P. Perspectivismo nietzscheano e discurso teológico. In: Nietzsche e o Cristianismo. Trad. Lucia Mathilde Endlich Orth. Petrópolis: Vozes, 1981, p. 102-112.
GOLDBERG, I. The Man Mencken: A Biographical and Critical Survey. New York: Simon & Schuster, 1925.
LEFEBVRE, H. Nietzsche. Trad. esp. Angeles H. de Gaos. Ciudad de México: Fondo de Cultura Económica, 1940.
NIETZSCHE, F. A gaia ciência. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
NIETZSCHE, F. Além do bem e do mal: prelúdio a uma filosofia do futuro. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
NIETZSCHE, F. Assim falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
NIETZSCHE, F. Aurora: reflexões sobre os preconceitos morais. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
NIETZSCHE, F. Humano, demasiado humano: um livro para espíritos livres. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
NIETZSCHE, F. Humain, trop humain: première partie. Trad. A.-M. Desrousseaux. Paris: Mercure de France, 1921. vol. 2.
PALLARES-BURKE, M. L. G. Gilberto Freyre: um vitoriano dos trópicos. São Paulo: Editora UNESP, 2005.
REGO, J. L. do. O Nietzsche de Hitler. Diário de Pernambuco, Recife, ano 117, n. 173, p. 3, 26 jul. 1942.