O intelectual conformista: arte, autonomia e política no modernismo brasileiro

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Rafael Cardoso

Resumo

O presente artigo examina a relação entre intelectuais e autonomia política no meio cultural brasileiro, enfocando um estudo de caso histórico: a atuação de dois dos principais líderes do movimento modernista, Mário de Andrade e Oswald de Andrade, à época do Estado Novo. Em especial, são analisados aqui o contexto de dois pronunciamentos públicos realizados por eles: as palestras “O movimento modernista” (1942) e “O caminho percorrido” (1944), respectivamente. De que modo esses autores reagiram diante da forte pressão da ditadura varguista para controlar os meios de informação e o discurso cultural? Mário de Andrade apostou na tentativa de se aproximar do poder público, mas posteriormente se arrependeu e empreendeu uma autocrítica. Oswald de Andrade, envolvido com os meios comunistas, manteve-se longe do favor oficial a essa época. As decorrências de suas respectivas atitudes são indicativas da difícil posição do intelectual brasileiro perante o autoritarismo do Estado.

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Artigos
Biografia do Autor

Rafael Cardoso, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Escritor e historiador da arte. Possui doutorado em história da arte pelo Courtauld Institute of Art/University of London (1995). Pesquisa história da arte e do design no Brasil, no período 1840-1930. Colabora com a Universidade do Estado do Rio de Janeiro e atua também como curador.