A obra de arte na época da destruição da metafísica
Conteúdo do artigo principal
Resumo
A decisão de abordar as relações entre arte, política e filosofia, a partir de uma noção cunhada por Philippe Lacoue-Labarthe, a de “nacional-estetismo”, deveu-se à ideia de que talvez, no nazismo, as relações entre arte e política tenham atingido o seu ápice. Obedecendo a um modelo grego antigo, o nazismo pode ser considerado como o momento histórico de fusão entre a arte e a política, momento no qual o político se produziu enquanto obra de arte; ou, nas palavras de Schiller, o Estado foi moldado como a maior de todas as obras de arte. Numa nítida operação de deslizamento semântico, Lacoue-Labarthe pretendeu, com aquele termo “nacional-estetismo”, designar a essência do nacional-socialismo e, por isso, foi inevitável estabelecer uma discussão com a famosa fórmula dupla brecht-benjaminiana da “estetização do político x politização da arte”. Um dos pontos mais importantes dessa discussão foi justamente a questão do mito que, segundo Lacoue-Labarthe e Nancy, escapara a Walter Benjamin, no seu não menos famoso ensaio sobre “A obra de arte na época da reprodutibilidade técnica”. Ainda segundo os filósofos franceses, foi o cinema de Hans-Jürgen Syberberg, sobretudo seu filme Hitler: um filme da Alemanha, que chamou a atenção deles para a perspectiva fundamental do mito para compreender o programa ou o projeto político do nacional-socialismo.
Detalhes do artigo
Nota de Direitos Autorais
O autor do artigo ou resenha submetido e aprovado para publicação autoriza os editores a reproduzi-lo e publicá-lo na a revista O que nos faz pensar, entendendo-se os termos "reprodução" e "publicação" conforme a licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional. O artigo ou resenha poderá ser acessado tanto pela rede mundial de computadores (WWW – Internet), como pela versão impressa, sendo permitidas, a título gratuito, a consulta e a reprodução do texto para uso próprio de quem a consulta. Essa autorização de publicação não tem limitação de tempo, ficando os editores da revista O que nos faz pensar responsável pela manutenção da identificação do autor do artigo.