Distopia e o afeto por Homero na República

Conteúdo do artigo principal

André Malta

Resumo

O objetivo deste artigo é mostrar como no Livro X da República o aspecto sedutor da poesia homérica aparece – no momento em que esta é banida da cidade ideal – como a razão de ser da sua existência e motivo para que seja trazida de volta do exílio. Com isso Platão sublinha, através do humor e da ironia socrática, o caráter ambivalente e distópico da proposta, e estabelece conexões com o que é apresentado em outro diálogo de aparente condenação da arte poética, o Íon.

Detalhes do artigo

Seção
Artigos
Biografia do Autor

André Malta, Universidade de São Paulo - USP

Possui mestrado (1998) e doutorado (2003) em Letras Clássicas pela Universidade de São Paulo. Em 2011-2012 fez seu pós-doutorado junto à Brown University (EUA) e em 2013 realizou sua livre-docência. É professor de língua e literatura grega na FFLCH-USP desde 2001. É autor de quatro livros: "O regaste do cadáver: o último canto da Ilíada" (Humanitas/2000), "A selvagem perdição: erro e ruína na Ilíada" (Odysseus/2006), "Homero múltiplo: ensaios sobre a épica grega" (Edusp/2012) e "A Musa difusa: visões da oralidade nos poemas homéricos" (Annablume/2015). Traduziu, de Platão, "Íon e Hípias Menor" (L&PM/2007) e "Êutifron, Apologia de Sócrates e Críton" (L&PM/2008), e ainda as "Fábulas" de Esopo (Editora 34/2017) .