O ardil de eros: o desejo em Anne Carson
Conteúdo do artigo principal
Resumo
O artigo propõe uma investigação do conceito de desejo na obra da escritora canadense Anne Carson, a partir de uma leitura, principalmente, mas não apenas, de seu ensaio Eros o doce-amargo. Apesar de o seu ensaio se dedicar à descrição de como os poetas mélicos do período arcaico grego fabularam o amor e o desejo, com um lugar de destaque para Safo nessa descrição, a hipótese a ser testada aqui é a de que há, na autora, uma tentativa de descrição metafísica, ou pelo menos relativamente a-histórica, do desejo, que serve de fundamento para investigações futuras do evento emocional erótico em trabalhos subsequentes. Por fim, o artigo também propõe que o desejo concebido por Carson pode servir de fundamento para repensar a política e a civilização ocidental, bem como o conceito colonial de barbárie.
Detalhes do artigo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Nota de Direitos Autorais
O autor do artigo ou resenha submetido e aprovado para publicação autoriza os editores a reproduzi-lo e publicá-lo na a revista O que nos faz pensar, entendendo-se os termos "reprodução" e "publicação" conforme a licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional. O artigo ou resenha poderá ser acessado tanto pela rede mundial de computadores (WWW – Internet), como pela versão impressa, sendo permitidas, a título gratuito, a consulta e a reprodução do texto para uso próprio de quem a consulta. Essa autorização de publicação não tem limitação de tempo, ficando os editores da revista O que nos faz pensar responsável pela manutenção da identificação do autor do artigo.
Referências
AGAMBEN, G. Homo Sacer. O poder soberano e a vida nua. Trad. Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2007. p. 9-10.
ARISTÓTELES. Política. Trad. Antonio Campelo Amaral e Carlos de Carvalho Gomes. Lisboa: Vega, 1998.
CALAME, C. Eros na Grécia Antiga. Trad. Isa Etel Kopelman. São Paulo: Perspectiva, 2013.
CARSON, A.; EURÍPIDES. Grief Lessons. Four plays. Euripides. New York: New York Review of
Books, 2006.
CARSON, A; SÓFOCLES. Antigonick. New York: New Directions, 2012.
CARSON, A. Autobiografia do vermelho. Trad. João Concha e Ricardo Marques. Lisboa: não-edições, 2017.
CARSON, A. Eros the bittersweet. New Jersey: Princeton University Press, 2017.
CARSON, A. “Prefácio a Hécuba” In: CARSON, Anne; EURÍPIDES. Grief lessons. Trad. Anne Carson. New York: New York Review of Books, 2006.
CARSON, A. “O gênero do som.” Trad. Marília Garcia. Serrote, São Paulo, n. 34, p. 114-136, 2020.
GAGNEBIN, J-M. “Eros da distância”. In: Limiar, aura e rememoração: ensaios sobre Walter Benjamin. São Paulo: Editora 34, 2013.
HESÍODO. Teogonia: a origem dos deuses. Trad. Jaa Torrano. São Paulo: Iluminuras, 1991.
KAFKA, F. “O pião.” In: Narrativas do espólio: 1914-1924. Trad. Modesto Carone. São Paulo: Companhia das letras, 2002.
LACAN, J. O seminário, livro 8: a transferência, 1960-1961. Trad. Dulce Duque Estrada. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.
OLIVA NETO, J. O Livro de Catulo. São Paulo: Edusp, 1996.
PARR, J. “A Dignifying Shame: On Narrative, Repetition, and Distance in Anne Carson’s Nox.” Zeitschrift für Anglistik und Amerikanistik. Vol. 62, Issue 4 (December 2014): 341-358
PLATÃO. O Banquete. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: Edufpa, 2011.
SALDANHA, R. “O problema do amor e da distância em Anne Carson”. Veritas. Porto Alegre, v. 66, n. 1, p. 1-15, jan.-dez. 2021.