Pedro Costa: destruição, ciência-ficção e realidade

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Nuno Crespo

Resumo

Neste artigo pretende-se identificar, analisar e discutir os conceitos de anti-cinema, cinema sem personagens, política sem política e ciência-ficção na filmografia do realizador português Pedro Costa.As obras de Pedro Costa podem ser vistas como anti-cinema porque negam o texto tradicional, os actores, a produção e o argumento e colocam nas mãos dos espectadores uma sequência de imagens que é uma narrativa tradicional e materializa uma visão do mundo. Todos estes aspectos mostram que os seus filmes apresentam uma sensibilidade específica que é preciso compreender. Pode dizer-se ser uma cinematografia em que a negação é a força principal do seu método. Um bom exemplo deste princípio está presente nos espaços onde Costa realiza os seus filmes. Espaços que não são cenários, mas espaços de pensamento. O bairro onde filmou os filmes aqui analisados não aparece como ferramenta para ilustrar uma cena e uma história sócio-política, mas, como aponta Ranciére, ele renuncia ao cenário para poder contar histórias e, como diz o realizador, aquele bairro é o espaço ideal para pensar. E toda a sua cinematografia torna presente a transformação de um pensamento em espaço: o pensamento torna-se as paredes que constroem os lugares dos seus filmes.

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Biografia do Autor

Nuno Crespo, Universidade Católica Portuguesa (UCP)

Dedica-se ao cruzamento entre arte, arquictetura, crítica e história da arte e filosofia. Tem desenvolvido trabalho sobre a arte arte, critica e política e sobre o desenvolvimento dos novos modelos de pesquisa curatorial.

Referências

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