Estética e comunidade: ocupar o inacabado

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Cezar Migliorin
Érico Araújo Lima

Resumo

Tentamos aqui fazer algumas indagações a respeito da noção de estética, nos colocando à escuta de situações com dimensões heterogêneas. Somos provocados pelo mundo criado em meio às paredes vazadas de um prédio inacabado, ocupado por estudantes da Universidade Federal Fluminense; somos interpelados pela experiência de uma passeata em luta pela moradia, sob a repressão da polícia militar, abrigada pelas imagens e disponibilizada pela montagem do filme Na missão, com Kadu (2016), de Aiano Bemfica, Kadu Freitas e Pedro Maia de Brito. Na companhia dessas situações, traçamos algumas variações em torno do índice de indeterminação que o estado estético pode criar, como maneira de possibilitar a constante disputa pelo presente e por outras formas de habitar um espaço comum. Apontamos aqui algumas possíveis aproximações à noção de estética, considerada num paradoxal regime de autonomia e heteronomia com outras forças, contagiada pelo processo de elaboração de uma comunidade.

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Artigos
Biografia do Autor

Cezar Migliorin, Universidade Federal Fluminense (UFF)

Cezar Migliorin é professor de Cinema e membro do Programa de Pós-Graduação em Cinema e Audiovisual na UFF. Coordenador do projeto nacional de cinema, educação e direitos humanos: Inventar com a Diferença. Organizador do livro Ensaios no Real: o documentário brasileiro hoje (2010),  escreveu Inevitavelmente cinema: educação, política e mafuá (2015), Cartas sem resposta (2015) e o livro de ficção A menina (2014). Realizou diversos filmes, entre eles o documentário “Educação”, com Isaac Pipano. É presidente da Socine – Sociedade Brasileira de Estudos de Cinema e Audiovisual. 

Érico Araújo Lima, Universidade Federal Fluminense (UFF) e Université Sorbonne Nouvelle – Paris 3

Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense (PPGCOM-UFF), em regime de cotutela com a Université Sorbonne Nouvelle – Paris 3, atualmente com bolsa no exterior financiada pelo CNPq. Junto com Ticiana Lima, Luciana Vieira e Isabel Coelho, organizou o curso "O cinema e a experiência de vizinhança" (2017), em Fortaleza. Realizou a curadoria das seguintes Mostras, na Vila das Artes, em Fortaleza: “Dramaturgias do Comum no Cinema Contemporâneo” (2015), “Adolfo Arrieta e o Deslumbre do Real” (2016 – com Jorge Polo e Petrus de Bairros), “Formas abertas e os tempos das colheitas” (2017 – com Elena Meirelles, Lívia de Paiva, Jorge Polo, Polly Di e Yuri Firmeza).