Acerca da questão do trágico na filosofia prática de Paul Ricoeur

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Gilmário Guerreiro da Costa

Resumo

Paul Ricoeur desenvolve em sua “pequena ética” (estudos sete, oito e nove de O si mesmo como outro) uma análise da capacidade humana de agir com vista, em seus termos, “ao viver bem, com e para os outros, em instituições justas”. Lida inicialmente com dois níveis do juízo moral: o dos predicados bom e obrigatório, referidos, respectivamente, à herança aristotélica e à kantiana. No último estudo ocupa-se com a possibilidade de uma sabedoria prática, que se comprometeria com o predicado “equitativo”. Essa passagem do livro inicia-se com um interlúdio intitulado “O trágico da ação”. Os resultados parecem sugerir que “ser justo” envolve a correlação do plano do equitativo com a desconfiança necessária à tragicidade não raro incontornável da vida prática. É dessas questões que nos ocupamos neste artigo.

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Biografia do Autor

Gilmário Guerreiro da Costa, Universidade Federal de Goiás (UFG)

Possui graduação em Filosofia, mestrado e doutorado em Teoria da Literatura, pela Universidade de Brasília. Concluiu dois estágios de pós-doutoramento em Filosofia na Universidade de Brasília (2011 e 2013) e um terceiro em Literatura Comparada (Bolsista CAPES), na Universidade de Coimbra (2014). Seus trabalhos de docência e investigação ocupam-se preferencialmente com Estética, Teoria da Literatura e Filosofia Política. Dessas áreas sobressaem estes temas de pesquisa: 1. Walter Benjamin: estética, práxis e política; 2. Marxismo, arte e práxis; 3. Tragédia e filosofia do trágico; 4. História e representação na Literatura Brasileira Moderna. É membro do Grupo de Pesquisa "Walter Benjamin e a Filosofia Contemporânea", certificado pelo CNPq em abril de 2007. Atualmente, está realizando o seu segundo doutorado, na Faculdade de Filosofia da Universidade Federal de Goiás, sobre o problema da práxis na filosofia benjaminiana. Foi professor substituto do Departamento de Teoria Literária da Universidade de Brasília entre abril de 2018 e janeiro de 2019.