Estética e crítica da arte em Jean-François Lyotard
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Resumo
O artigo examina a relação entre estética e crítica de arte em Jean-François Lyotard. Mostra que nos comentários às obras dos artistas Barnett Newman, Arakawa, Adami, Daniel Buren e Karel Appel, entre outros, o autor afirma a possibilidade de uma “estética da presença imaterial”. Destaca que a crítica às obras desses artistas permitiu que Lyotard avançasse em sua crítica à representação, na medida em que as obras desses artistas evidenciariam na imanência da forma pictórica que o essencial da pintura não é a expressão do sujeito nem a nomeação do objeto, mas a “invocação da presença imaterial”. Face às obras desses artistas, o fruidor seria por elas interrogado: “Algo ocorrerá?”. Mostramos, ainda, que nessa caracterização da arte como “presentificação do impresentificável”, o autor mobilizou, de modo singular, a noção de sentimento do sublime em Edmund Burke, Immanuel Kant, e Friedrich Schiller. Evidenciamos, também, que Lyotard reconheceu em sua crítica de arte diferentes níveis de tensão entre a “arte da presença” e o “trabalho da memória” efetuado na forma artística, denominando-o de perlaboração (durcharbeiten) - noção que aproximamos, aqui, da “dialética do material” em Theodor Adorno. Afirmamos, por fim, que as obras comentadas por Lyotard não podem ser subsumidas ao paradigma da comunicação, haja vista que seus fruidores vivenciariam na experiência da indeterminação da linguagem a “comunidade de uma falta” insurgindo-se, assim, contra a “beleza exorbitante” na sociedade da tecnociência.
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