Crise existencial e poética do mito em A náusea, de Sartre
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Resumo
O romance A náusea (1938), de Jean-Paul Sartre, uma das obras-primas da literatura do século XX, é também um dos marcos do existencialismo francês. Retrata, através do diário de um historiador fictício, Antoine Roquentin, a tomada de consciência de que a própria “História” é uma ficção, o que se torna parte de ampla crise existencial que levará o protagonista a abandonar sua pesquisa histórica e desejar escrever um romance. O presente artigo analisa este arco dramático, ou a transformação subjetiva do protagonista, ao longo da história, como um processo simbólico de iniciação, segundo as chaves de leitura do que o crítico russo E. M. Mielietinski chamou de a poética do mito, a moderna revalorização do discurso mítico como base de criação e de interpretação de obras de arte, mesmo quando independentes, caso de A náusea, de qualquer orientação religiosa à maneira do mito tradicional.
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