A vida como jogo e a arte como ofício em Simônides e Nietzsche: a existência do risco na aparência

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Gabriel Herkenhoff Coelho Moura

Resumo

Simônides de Ceos foi um poeta lírico grego cuja obra é marcada pela atenção à problemática da existência humana e cuja distinção é a visão do fazer poético como atividade propriamente humana. Nietzsche nutria grande admiração por Simônides desde o tempo de sua formação intelectual, como revela sua correspondência dos anos sessenta. Além disso, em seus cadernos e em dois aforismos de sua obra publicada, o filósofo apresenta interessantes reflexões sobre o poeta. Em uma delas, afirma que Simônides aconselhava os gregos a tomarem a vida como um jogo. Tal compreensão é um dos temas abordados neste ensaio. O outro tema é a discussão sobre certa proximidade entre as concepções de Simônides e Nietzsche acerca da arte como ofício, derivadas da interlocução crítica deles, respectivamente, com a tradição poética arcaica e a tradição estética e filosófica. A convergência de ambos sobre tais temas liga-se a um traço comum: o enraizamento da existência humana na aparência.

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