Eros e Anteros na relação matrimonial em Musônio Rufo

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Aldo Dinucci
Vilmar Prata

Resumo

Este trabalho se divide em duas partes: breve discussão sobre as práticas sexuais, o casamento e o exercício filosófico na perspectiva greco-romana, propondo uma reflexão que gira em torno de dois eixos temáticos, sendo o primeiro com vistas à relação de governo e cuidado de si e do outro entre o homem e a mulher, apontando as peculiaridades de cada período, bem como os desdobramentos que foram estabelecendo as principais diferenças no modo como os gregos e os helenistas normatizavam e vivenciavam a sexualidade e a vida conjugal. Em seguida, mostramos como Musônio Rufo confronta, através de suas reflexões sobre uma relação antérica entre homem e mulher, o pensamento de sua época, provocando um rompimento com a cultura greco-romana quanto às mulheres e a constituição do casamento

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Artigos
Biografia do Autor

Aldo Dinucci, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

esquisador em produtividade do CNPq. Pesquisador honorário da Universidade de Kent (UK), Aldo Lopes Dinucci é bacharel em filosofia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (1992-1996), mestre e doutor em filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1996-2002) sob a orientação da Dra. Maura Iglésias. Lecionou, entre 2003 e 2023, na Universidade Federal de Sergipe. Atualmente é professor titular do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Espírito Santo. Possui quatro pós-doutoramentos: o primeiro, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, entre 2014 e 2015, sob a orientação do Dr. Fernando Santoro; o segundo, na Universidade de Kent, Inglaterra, sob a orientação da Dra. Karla Poolman; o terceiro, na Universidade de Brasília, em 2016, sob a orientação do Dr. Gabriele Cornelli; e o quarto, entre 2019 e 2020, na Universidade de Kent, Inglaterra, sob a orientação da Dra. Kelli Rudolph.É editor-responsável do periódico científico PROMETHEUS JOURNAL OF PHILOSOPHY, do qual também é fundador, desde 2007. Participa do comitê científico de vários periódicos brasileiros de filosofia, tais como Archai, Griot e Anais de Estudos Clássicos etc. Entre 2007 e 2009, obteve financiamento do Conselho Nacional de Pesquisa do Brasil do Brasil (CNPq) para a realização do projeto Tradução bilíngue do Manual de Epicteto. Entre 2015 e 2018, obteve do Conselho Nacional de Pesquisa do Brasil do Brasil (CNPq) a bolsa de produtividade em pesquisa para a realização do projetoProblemas relativos ao conceito estoico de phantasia. Em 2018, obteve financiamento da Academia Britânica para o projeto Percepção e persuasão: a noção de persuasivo (pithanos) no Estoicismo . Este projeto se estende até a presente data e é feito em parceria com a Dra. Kelli Rudolph, do Departamento de Estudos Clássicos e Arqueológicos da Universidade de Kent, Inglaterra. Desde 2020 coordena o Grupo de Trabalho EPICTETO, vinculado à Associação Nacional de Pós-graduação em Filosofia do Brasil (ANPOF). Tal grupo de trabalho realizou, em 2020, o I Seminário de Pesquisa GT Epicteto, o maior evento em estoicismo já realizado no Brasil, com mais de 30 apresentações científicas.É membro da Cátedra Unesco-Archai, foi membro do programa de pós-graduação em filosofia da Universidade Federal da Bahia, do programa de pós-graduação em filosofia da Universidade Federal do Espírito Santo, da Universidade Federal de Sergipe e da Universidade de Brasília. Entre suas publicações se destacam a tradução do Encheiridion de Epicteto (2014) e o livro I das Diatribes de Epicteto (2019), ambos publicados pela Imprensa de Coimbra; o artigo Koinonia Kosmica e Antropológica em Epicteto, também publicado pela Imprensa de Coimbra, em 2017, no livro Cosmópolis: mobilidades culturais às origens do pensamento antigo, organizado por Delfim Leão e Maria do Céu Fialho; e o artigo Phantasia, phainomenon and dogma in Epictetus, publicado pelo periódico grego Athens: Journal of Humanities and Arts em 2017.

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