Destino dado. As formas do amor em Grande sertão: veredas

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Pedro Süssekind

Resumo

Neste artigo, tenho a intenção de analisar a trama amorosa do romance Grande Sertão: veredas, a fim de mostrar sua articulação com a trama épica (as guerras entre jagunços). Procuro mostrar que Guimarães Rosa desenvolve uma dialética entre dois extremos: o amor carnal, ou desejo erótico, simbolizado pela prostituta Nhorinhá, e o amor espiritual, ou paixão romântica, simbolizado pela noiva Otacília. A relação do protagonista Riobaldo com essas duas personagens é atravessada pelo ciúme de seu amigo Diadorim, expressão de um amor proibido no qual aqueles dois extremos se misturam. A partir de certas passagens do romance, discuto a caracterização de Diadorim como figuração da máxima ambiguidade, que é o princípio articulador da narrativa. Nessa figuração, a mistura dos elementos opostos (o feminino e o masculino, a delicadeza e a ferocidade, o ódio e o desejo) articula a trama amorosa não só com a trama épica do romance, mas também com o seu tema metafísico-religioso (a especulação sobre Deus e o diabo).

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Biografia do Autor

Pedro Süssekind, Universidade Federal Fluminense (UFF)

Possui graduação em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1997), mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2000) e doutorado em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2005). Fez pesquisa de doutorado no Departamento de Literatura Comparada da Freie Universität, em Berlim. Atualmente possui bolsa de Produtividade em Pesquisa do CNPQ (nível 2), é Professor Adjunto do Departamento de Filosofia da Universidade Federal Fluminense e colaborador do Mestrado em Estética e Filosofia da Arte da Universidade Federal de Ouro Preto. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Estética, História da Filosofia e Filosofia Contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas: estética alemã, poética, filosofia da história e teoria crítica.

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