Octavio Paz lê Matsúo Bashô

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Helena Martins

Abstract

Este texto reflete sobre a leitura que fez Octavio Paz do grande poeta japonês do século XVII, Matsúo Bashô. Concentra-se na tradução de Oku no Hosomichi, o mais famoso dos diários de viagem de Bashô – uma tradução que Paz realiza em parceria com Eikichi Hayashia e publica pela primeira vez em 1955, sob o título Sendas de Oku. Dispondo-se a auscultar a respiração contemporânea desse particular encontro entre ocidente e oriente, encenado mais de meio século atrás, o artigo busca sublinhar os modos singulares pelos quais Paz dá a ver a persistência de um estranho nos escritos de Bashô – algo que promete passar ao largo tanto das (hoje moribundas) narrativas exotizantes do oriente, quanto da marcha cega e voraz de igualação do não igual que parece se fazer sentir em toda parte, como destino inexorável. Ganha aqui uma atenção sugestiva o fato (trivial?) de que, ao traduzir Bashô, Paz se dispõe a traduzir uma língua que ignora.

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