Desvios de uma escolha original: Foucault e as políticas da filosofia

Conteúdo do artigo principal

Jean Dyêgo Gomes Soares

Resumo

Seria a filosofia só mais uma disciplina do currículo ou uma escolha original? Esse artigo discute alegações de Foucault na década de 70, especialmente em entrevistas, em que define o que são a filosofia, o filósofo e suas relações, i.e., quais as políticas da filosofia. Para tanto, recorre-se aqui a improvisos do autor sobre assunto: o programa de filosofia aparece como sonhado fantasticamente por um “Borges chinês”; a formação inovadora na universidade de Vincennes seria uma “armadilha”; haveria filósofos, mas não filosofia; ela teria perdido seu poder subversivo ou seu caráter de escolha original em determinadas sociedades. Ao discutir os caminhos dessa reflexão revigorante, sugerimos como ele escapa de diversas armadilhas e enfatiza a importância de se pensar politicamente o que é a filosofia. Por fim, espera-se com essa leitura avançar menos na direção de uma definição cabal de filosofia e mais em defender sua prática como uma atividade autônoma, sui generis, responsável pela resistência social da arte de refletir.

Detalhes do artigo

Seção
Varia
Biografia do Autor

Jean Dyêgo Gomes Soares, PUC - Rio / Universidade Federal de Lavras (UFLA)

Jean D. Soares trabalha com História da Filosofia. Leciona atualmente na Universidade Federal de Lavras (UFLA). É Doutor e Mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, e se graduou na mesma área pela Universidade Federal de Ouro Preto. Sua atuação tem ênfase em filosofia da linguagem, da ficção e literatura, em retórica e estética. Interessa-se por filosofia da ciência e ética. Desenvolve projetos em filosofia da educação e práticas de convivência.