"alma é apenas uma palavra para um algo no corpo": a propósito de uma sentença de Zaratustra repetidas vezes mencionada nos manuscritos de Wittgenstein
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Resumo
Discuto neste artigo um excerto dos manuscritos de Wittgenstein em que é mencionada uma sentença de Assim falou Zaratustra, de Nietzsche. Tomando o excerto como um caso exemplar, pretendo mostrar que a crítica ao aspecto ilusório de muito do que é dito na linguagem dos conceitos psíquicos, ao contrário do que pode parecer à primeira vista, não dá razão para se adotar uma postura materialista como aquela expressa na sentença de Zaratustra. Na sequência, procuro mostrar que, ao invés, é o próprio raciocínio que procede da crítica linguística dos conceitos psíquicos à afirmação da inexistência de fenômenos do gênero que se arvora sobre uma ilusão gramatical.
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