Sobre o manuscrito Alfa da Poética de Aristóteles (Parisinus Gr. 1741)

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Paulo José Moraes Pinheiro

Resumo

Dos manuscritos da Poética de Aristóteles que chegaram aos nossos dias, na condição de fonte primária subsistente (codd.), temos apenas dois textos gregos (o que consta no codex Parisinus Graecus 1741 (=A), proveniente do séc. X/XI, e o que consta no codex Riccardianus 46 (=B), do séc. XII), a tradução latina de G. de Moerbeke (codices Etonensis 129 (=O), de 1300, e Toletanus bibl. Capit. 47.10 (= T), de 1280), e a tradução árabe de Abu-Bishr Matta, feita a partir da tradução siríaca desaparecida. O que pretendo, nesse artigo, é descrever o percurso do assim chamado Manuscrito Alfa da Poética de Aristóteles, ou seja, a que consta no codex Parisinus Graecus 1741 entre as páginas 184 e 199. Pretendo ainda fazer alusão à importância de um estudo sobre as condições em que se dá a apreensão do texto antigo. De fato, a leitura que fazemos hoje da Poética é composta da variação de sentido inerente ao entendimento, o que é óbvio, e da variação, muitas vezes sutil e, via de regra, determinante, do que foi efetivamente escrito, há tantos séculos, com o estilete de um ou outro escriba. 

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Artigos
Biografia do Autor

Paulo José Moraes Pinheiro, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO

Possui graduação em Comunicação Social pela Faculdade de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1984), mestrado em Filosofia Antiga pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1990) e doutorado em Filosofia Antiga pela Universidade de Paris I (Pantheon-Sorbonne) (1995). Atualmente é professor associado (nível 3) da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, onde atua como docente do Programa de Pós-Graduação em Música e do Instituto Villa-Lobos, orientando pesquisas com a interface filosofia, música e estética. Atua também como professor da Faculdade de Filosofia da UNIRIO, onde ministra a disciplina Filosofia antiga. Tem experiência na área de Estética e Filosofia antiga. Tradutor de textos filosóficos do grego antigo.