Entre o singular e o plural: notas sobre arte, autonomia e política

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João Pedro Cachopo

Resumo

Este artigo reúne um conjunto de notas cujo propósito é reflectir sobre a relação entre arte e política tomando como ponto de partida a ambivalência da noção de autonomia (I). Devendo-se esta ao facto de a autonomia se poder referir à arte tanto no singular quanto no plural, estas notas abordam questões diversas tais como a diferença e complementaridade entre estética e arte (II); a relação entre prática, experiência e crítica (III); a interacção entre as artes à luz do debate pós-moderno (IV); a diversidade das manifestações interartísticas (V). Por fim, estas notas saldam-se na ideia de que a política da arte tem na relação entre as diferentes artes uma condição e um incentivo, sem que por esse motivo se dissolva a singularidade do seu propósito comum (VI).

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Artigos
Biografia do Autor

João Pedro Cachopo, Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical da Universidade Nova de Lisboa (UNL)

João Pedro Cachopo estudou Musicologia e Filosofia em Lisboa (Universidade Nova de Lisboa), Paris (Université Paris 8) e Berlin (Universität Potsdam e Humboldt-Universität zu Berlin). Obteve seu PhD em Filosofia Contemporânea pela Universidade Nova de Lisboa em 2011 com a tese sobre a estética de Adorno, recentemente publicada com o título "Verdade e Enigma. Ensaio sobre o pensamento estético de Adorno". Seu interesse de pesquisa inclui os campos da filosofia contemporânea (estética e política), musicologia e literatura. Atualmente desenvolve um projeto de pós-doutorado no Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical (Universidade Nova de Lisboa), em colaboração com o Centre for Contemporary Performance Arts (University of Durham), em que busca discutir a interação entre disferentes artes ee mídia, ambas estética e politicamente. Com foco especial na ópera, o projeto pretende desenvolver uma nova abordagem do que pode ser chamado de – a partir dos trabalhos recentes de Rancière, bem como de Benjamin e Adorno – a política da ópera. Baseia-se na hipótese de que uma investigação sobre a relação da ópera com as outras artes (especialmente cinema, literatura e artes visuais) pode lançar luz sobre as políticas da ópera e, em última análise, contribui para a reconfiguração dos modes de experiência e apropriação crítica do gênero. Nesse contexto, coorganizou a conferência internacional “Opera and Cinema: The Politics of an Encounter” (2012), organizou uma edição da Textos & Pretextos sobre ópera e literatura (verão de 2013), e coordena, desde 2012, o seminário “Aesthetics and Politics across the Arts”. Leciona na FCSH-UNL desde 2012 e no ISEIT desde 2013. Seus trabalhos têm sido publicados nas seguintes revistas: Artefilosofia; Colóquio/Letras; Música Hodie; Parrhesia: a Journal of Critical Philosophy; Theoria & Praxis: International Journal of Interdisciplinary Thought; Viso – Cadernos de Estética Aplicada; entre outras. Traduziu para o português trabalhos de Bernard Aspe, Georges Didi-Huberman e Jacques Rancière. É membro do coletivo Unipop, e coeditor da Imprópria.