Godard ensaísta, Godard curador

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Pedro Duarte
Luiz Camillo Osorio

Resumo

Os filmes de Jean-Luc Godard, por sua natureza reflexiva, ganham por vezes um caráter ensaístico e curatorial. Não se trata tanto de produzir imagens quanto de pensar sobre as imagens e de selecionar as imagens. Nas suas História(s) do cinema e em outros casos, as imagens nem sequer são filmadas por ele. São montadas por ele. Isso coloca, para os filmes, o desafio de relacionar as imagens entre si e de citá-las, como apontou Georges Didi-Huberman em Passados citados por J.L.G. O artigo caracteriza a forma pela qual Godard responde a esse desafio, apontando como ela encarna preceitos do crítico Walter Benjamin sobre a história e do escritor André Malraux sobre o museu.

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Artigos
Biografia do Autor

Pedro Duarte, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Doutor e Mestre em Filosofia pela PUC-Rio, onde é Professor na Graduação, na Pós-Graduação e na Especialização em Arte e Filosofia. Foi Professor Visitante nas universidades Brown (EUA) e Södertörns (Suécia). É autor dos livros "Estio do tempo: Romantismo e estética moderna" (Zahar) e "A palavra modernista: vanguarda e manifesto" (Casa da Palavra). Prepara agora o volume sobre o álbum "Tropicália" para a coleção "O livro do disco" (Cobogó). Editor da revista "O que nos faz pensar", do Departamento de Filosofia da PUC-Rio. Coordenador do Grupo de Trabalho em Estética da ANPOF. Líder do Grupo de Pesquisa no CNPq sobre Arte, Autonomia e Política. Ênfase de pesquisa em Estética, Filosofia Contemporânea, Cultura Brasileira e História da Filosofia.

Luiz Camillo Osorio, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio)

Trabalha na área de Estética e Filosofia da Arte. Principais focos de interesse na pesquisa: As articulações entre arte, estética e política; Autonomia e engajamento; Teorias do gênio, desinteresse e sublime; História das vanguardas; A atualidade do juízo e a potência crítica da arte no mundo contemporâneo; curadoria, crítica e história da arte; As relações entre arte, museu e mercado. Paralelamente à pesquisa acadêmica atua como crítico e curador. Foi curador do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro entre 2009 e 2015 e curador do Pavilhão brasileiro na Bienal de Veneza de 2015. Foi do conselho de curadoria do MAM-SP entre 2005 e 2009. Assinou coluna de crítica de arte nos Jornais O Globo (1998/2000 e 2003/2006) e Jornal do Brasil (2001) e da revista espanhola EXIT Express (2006/2007). Membro do grupo de Pesquisa cadastrado no CNPQ – Arte, Autonomia e Política – junto com os professores Pedro Duarte (Filosofia PUC-Rio) e Sergio Martins (História PUC-Rio).