Ceticismo e tolerância em Montaigne

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Flávio Miguel de Oliveira Zimmermann

Resumo

O ceticismo de Montaigne no campo prático e moral é caracterizado pela falta de um critério ou regras de conduta para que se possa consentir num padrão geral de comportamento ou numa tradição qualquer. O período no qual ele viveu era propício para reforçar este quadro: as guerras religiosas na França e em toda a Europa e a descoberta dos povos do Novo Mundo foram fatores fundamentais para o crescimento da dúvida filosófica acerca do comportamento individual e em sociedade organizada. Apesar disso, Montaigne denuncia as crueldades cometidas em seu tempo, seja entre os indígenas, seja entre os católicos e protestantes e, frequentemente, argumenta em favor da liberdade de consciência e opinião. Neste artigo mostrarei que a filosofia de Montaigne, não obstante seu ceticismo, é suscetível a uma ideia geral de tolerância entre diferentes povos e indivíduos, ainda que o conceito de tolerância não esteja sistematizado em seus escritos e que a sua defesa pareça incompatível com um determinado tipo de ceticismo.

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Biografia do Autor

Flávio Miguel de Oliveira Zimmermann, Universidade Federal Fronteira Sul (UFFS)

Professor da Universidade Federal Fronteira Sul (UFFS), campus Chapecó. Já foi coordenador do curso de filosofia da UFFS/Chapecó. Possui graduação e mestrado em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina e doutorado em Filosofia pela Universidade de São Paulo. Atua nas áreas de Filosofia Moderna, Teoria do Conhecimento, mais especificamente Ceticismo e Empirismo Moderno. Trabalha com autores como Michel de Montaigne, René Descartes e David Hume. Anteriormente trabalhou nas faculdades Borges de Mendonça, Decisão, Avantis e USJ.