Se sofremos por amor a culpa é de Platão: Uma leitura crítica ao Banquete

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Francisco Fianco

Resumo

O presente texto tem como objetivo inicial tecer uma leitura crítica ao conhecidíssimo diálogo de Platão, O Banquete, refletindo sobre as concepções de amor, sexualidade e afetividade que este texto apresenta e a maneira através da qual tais concepções penetraram e se desenvolveram na cultura ocidental. Esta crítica será feita em uma perspectiva pós-moderna, baseada no texto de Michel Onfray Théorie du corps amoureux, bem como de alguns fragmentos de Nietzsche que embasam o pensamento deste autor, entre outras referências que se demonstrem oportunas. Para isto o texto irá dividido em três partes distintas, a primeira reconstruindo em traços gerais os argumentos do texto de Platão, a segunda apontando as fragilidades destas concepções clássicas e a terceira direcionando o leitor para as alternativas disponíveis na contemporaneidade mediante tantas transformações nas formas de viver, de pensar e de amar que encontramos neste início de século XXI.

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Biografia do Autor

Francisco Fianco, Universidade de Passo Fundo (UFP)

Possui Graduação e Mestrado em Filosofia pela Unisinos, escrevendo sobre o conceito de melancolia no drama barroco em Benjamin, mas prefere ser mais debochado do que triste. Fez doutoramento em Estética e Filosofia da Arte pela UFMG, sobre o Trágico e a Indústria Cultural, mas aprendeu mesmo a tomar cachaça. Tem especialização em Psicanálise Contemporânea pela FAAP de São Paulo, mas continua tão perturbado quanto antes. Membro da Associação Brasileira de Estética, mas não, não sabe fazer unha nem chapinha. Finge que sabe do que está falando nos cursos de Moda, Design, Artes, Medicina, Filosofia, Mestrado e Doutorado em Letras, entre outros, na Universidade de Passo Fundo-RS (aquela cidade que fez uma estátua do genocida). Também é Editor da Revista Desenredo (A2) do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade de Passo Fundo. Não sabe mais a que área exatamente pertencem suas pesquisas, mas transita entre a Filosofia Contemporânea, a Estética e a Filosofia da Arte, a Psicanálise, a Literatura, geralmente com base em Nietzsche pra não perder o espírito rebelde da adolescência porque já está na crise da meia idade.

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